Paulo e o Sábado

Em sua primeira viagem missionária, Paulo fundou as IGREJAS de Antioquia da Psídia, Icônio, Listra e Derbe, e muitas outras nas segunda e terceira viagens; no entanto, a nenhuma delas disse que o Sábado cedeu seu lugar ao domingo.

“É possível que alguém imagine que a transgressão desse quarto mandamento é menos grave do que a transgressão dos outros nove. A verdade, porém, é que quem se dispõe a transgredir o quarto mandamento já tem no coração a inclinação de transgredir um ou mais dos outros mandamentos.

“Por que deve o homem guardar o Sábado do Senhor? Porque é justo! Segue-se aqui o mesmo princípio de não furtar porque não é justo.”– Pr. Harold J. Brokle (teólogo Assembleano), Prosperidade Pela Obediência, págs. 58,59.

  • A PRIMEIRA VIAGEM DE PAULO

Muitos advogam a tese de que, pelos escritos paulinos, o domingo é o dia de guarda. Porém, acontece exatamente o contrário, segundo o próprio São Paulo. Se tivesse havido alteração no dia de repouso do Sábado para o domingo, certamente ele o teria dito a nós, os gentios, pois, afinal, ele é o nosso apóstolo.


Acompanhemos Paulo em uma sinuosíssima maratona sabática, entre gentios, judeus, prosélitos, em todos os lugares, ratificando incontestavelmente a santidade do Sábado.


  • PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA: CHIPRE – ANTIOQUIA DA PSÍDIA

Paulo fez muitas viagens, estabeleceu diversas igrejas (Atos 16:5; 18:22; Gál. 1:22; I Cor. 16:19; II Cor. 8:1; Atos 14:21-27, etc), mas nunca disse nada a respeito do domingo substituindo o Sábado. Tome sua Bíblia. Como ponto de partida, examinaremos a respeito o livro de Atos, e, no capítulo 13, verso 2, por ordem do Espírito Santo, foram Paulo e Barnabé separados para a obra do Ministério. Empreenderam imediatamente a primeira viagem missionária, que abrangeu inúmeras cidades:


  • Atos 13:14

“E eles, saindo de Perge, chegando a Antioquia, da Psídia, e, entrando na Sinagoga, num dia de Sábado, assentaram-se.”


Paulo e seu companheiro foram à Sinagoga no dia do Senhor, o Sábado, e foi convidado a pregar o evangelho. Muitos admitem que Paulo só pregava nas Sinagogas dos judeus. Por isso pregava aos Sábados.


Bem, continue a leitura e aguarde a resposta. Por enquanto não esqueça: Paulo está no Sábado diante de judeus e gentios, e vai pregar. Que excelente oportunidade para anunciar a mudança do dia de repouso! Será que vai mencionar esta alteração?

Diz a Bíblia em Atos 13:16


“E, levantando-se Paulo, e pedindo silêncio com a mão, disse: Varões israelitas, e os que temeis a Deus, ouvi.”


Note suas palavras: “Israelitas, e os que temeis a Deus”. Isto disse porque estavam congregados judeus e gentios. Paulo discursa poderosamente até o verso 41 deste capítulo e o tema central é a ressurreição de Jesus. Portanto, estava à frente da Sinagoga pregando, e nada disse da mudança do dia de Sábado para o domingo, em virtude da ressurreição do Senhor, como querem muitos cristãos.


Leia: Atos 13:27

“Por não terem conhecido a Este, os que habitavam em Jerusalém, e os seus príncipes, condenaram-nO, cumprindo assim as vozes dos profetas que lêem todos os Sábados.”


Paulo está confirmando que todos os Sábados era lida a Bíblia conhecida, isto é, o Antigo Testamento. Paulo relembrou a uma Sinagoga repleta de judeus e gentios o belo hábito da leitura da Bíblia aos Sábados.

Leia mais: Atos 13:42

“E, saídos os judeus da Sinagoga, os gentios rogaram que no Sábado seguinte lhes fossem ditas as mesmas coisas.”

Meu caro irmão, é contundente a expressão bíblica: os GENTIOS rogaram que Paulo novamente lhes pregasse no Sábado seguinte. Por isso concluo: seria desumano e cruel se aqueles gentios que amavam Jesus e desejavam servi-Lo fossem ensinados erradamente. Paulo atendeu a solicitação dos gentios. Passou uma semana inteira trabalhando e se preparando para no próximo Sábado voltar a pregar-lhes o evangelho.


Leia: Atos 13:44 –

“… no Sábado seguinte ajuntou-se quase toda a cidade para ouvir a Palavra de Deus.”

Que oportunidade magna para Paulo! Estava diante de quase toda a cidade (de Antioquia da Síria). Que grande responsabilidade! Eu pergunto: Porque Paulo não disse abertamente: Irmãos, vocês terão agora que guardar o domingo no lugar do Sábado, por causa da ressurreição de Jesus… Afinal, não pregava Paulo a respeito da ressurreição do Senhor? Caro irmão, Paulo sequer insinuou ou deixou transparecer algo a esse respeito. Partiu dali, deixando os irmãos exatamente como encontrou: guardando o Sábado, e com um presente, veja:

“Muitos creram e, foi organizada a primeira congregação gentia fora da Sinagoga.” – Conciso Dicionário Bíblico, editado pela Convenção Batista Brasileira, em 1983, 12ª edição, pág. 138.

Veja o que disse o referido Dicionário, à pág. 137:

“Depois do martírio de Estêvão, na época da dispersão, alguns judeus de Chipre e de Cirene, que se criaram em terras gregas chegaram a Antioquia (da Síria) e na Sinagoga pregaram aos judeus e prosélitos gregos. As pregações foram coroadas de êxito. Um misto de judeus e prosélitos gregos formou a congregação primitiva que, pouco a pouco, cresceu até que chamou a atenção da IGREJA EM JERUSALÉM…” (Viu? Igreja, e não Sinagoga).
A igreja em Jerusalém enviou Barnabé a Antioquia para ver o milagre que estava ocorrendo. Milhares de gentios estavam aceitando a Jesus pela pregação dos discípulos que foram dispersos pela perseguição desencadeada no apedrejamento de Estêvão
– Atos 11:19-22.


Barnabé foi e ficou maravilhado. Encontrou uma igreja florescente e vibrante. Isso o motivou a tal ponto que decidiu ir a Tarso buscar aquele que fora o perseguidor da igreja – Saulo. Conduziu-o a Antioquia. Durante um ano Barnabé e Paulo permaneceram ali, fortalecendo a IGREJA. Leia novamente:


“Daí em diante Antioquia tornou-se o local de grande desenvolvimento evangelístico e de interesse histórico para a igreja.” Idem, pág. 137. E é verdade mesmo, a ponto do Dr.Lucas, registrar o seguinte, Atos 13: 1:


“E na IGREJA que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé e Simeão, chamado Niger, e Lucio cirineu, e Manaem, que fora criado com Herodes o tetrarca, e Saulo.” (Paulo-verso 9).


Certamente Paulo fortaleceu a fé e esperança dos irmãos, porém quanto ao dia de guarda, não houve, de fato, nenhuma mudança. Foi exatamente em Antioquia, onde, pela primeira vez, os discípulos foram chamados cristãos (Atos 11: 26). Ora, sendo uma cidade onde surgiram os primeiros cristãos, e a primeira igreja sedimentada e fortalecida por Paulo, como não lhes ordenou claramente ter o domingo tomado o lugar do Sábado? Considere isto irmão!


Percebeu? Paulo prega na Sinagoga e o cristianismo se beneficia. Lembre-se: Paulo NUNCA falou que o Sábado foi trocado pelo domingo. Não o disse na Sinagoga, tampouco na Igreja.


  • ICÔNIO – LISTRA – DERBE

Nas cidades de Icônio e Listra, Paulo não prosperou na pregação do evangelho, NA IDA. Mas, em Derbe, “o evangelho foi pregado com muito êxito”. (Ibidem, pág. 139). Paulo e Barnabé “deixaram de pregar, QUANDO REGRESSARAM, a fim de se dedicarem à tarefa de organizar novas igrejas, elegendo anciãos (Atos 14: 21,23) ou pastores em cada uma.” – Ibidem.


Atos 14: 1

“E aconteceu que em Icônio entraram juntos na Sinagoga dos judeus, e falaram de tal modo que creu uma grande multidão, não só de JUDEUS mas de GENTIOS.”

Paulo sempre começava seu trabalho missionário pela Sinagoga. Aqui pregou de “tal modo” que houve imensa conversão, inclusive de gentios. Acha você que após essa decisão ao lado de Cristo, Paulo não tenha orientado os irmãos em toda a doutrina do Senhor, no estabelecimento da Igreja Cristã? Certamente que sim. Eles continuaram guardando o Sábado, porque o próprio Paulo considerava-o o Dia do Senhor, não há dúvidas!

Leia mais: Atos 14:21, 23

“E, tendo anunciado o evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, e Icônio e Antioquia… E havendo-lhes, por comum consentimento, eleito anciãos em cada IGREJA, orando com jejuns, os encomendaram ao Senhor em Quem haviam crido.”

Pois bem irmão, Paulo fez muitos discípulos em Derbe, e assim a primeira providência seria a aquisição de uma casa onde pudessem acomodar-se. Se foram organizadas igrejas, como diz o texto, forçoso seria delinear as normas, regulamentos, doutrinas e tudo o que tange à liturgia cristã. Se isso é verdade, seria grave erro de Paulo não determinar também o dia que deviam santificar e reservar para o encontro especial dos irmãos com Deus.


Se Paulo explícitamente não o fez é porque o Sábado já era conhecido de todos. Nada mais lógico. Da mesma sorte, se estabeleceu anciãos (auxiliares de pastor – presbíteros) em cada igreja, certamente deu todas as instruções necessárias na condução do rebanho de Deus, e o Sábado permaneceu intocável e inalterado. Nada se falou a respeito, sequer houve vestígios a favor do domingo.


Atos 14:28 –

“E ficaram ali não pouco tempo com os discípulos.”

É um grande desamor deixar alguém enganado com relação a alguma doutrina bíblica. Se Paulo ficou tanto tempo com esses discípulos e nada lhes falou da mudança do Sábado para o domingo, duas razões teremos de admitir.

  1. Concordava ele que o Sábado era o dia de repouso, aceito por todos, judeus e gentios, por isso sequer o mencionava, pois era caso encerrado.
  2. Foi muita falta de consideração deixar os irmãozinhos enganados, sem lhes comunicar que agora o domingo era o dia santificado. Que acha?
  • SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA: TRÔADE – MACEDÔNIA – FILIPOS

É maravilhososo! Deus “perdeu” Estêvão, mas Paulo o substituiu, e o cristianismo ganhou o maior de todos os baluartes. E vai ele, Atos 16: 13:

“E no dia de Sábado saímos fora das portas, para a beira do rio, onde julgávamos ter lugar para a oração; e, assentando-nos, falamos às mulheres que ali se juntaram.”


Esse costume benfazejo de Paulo, nós todos poderemos ter. O mais importante do relato é que Paulo não está na igreja, nem na Sinagoga e sim pregando em praça pública (ar livre) no Dia do Senhor. Portanto, Paulo ia à igreja pela manhã, no dia de Sábado, e à tarde saía para o Trabalho Missionário. Exatamente como fazemos nós, os Adventistas do Sétimo Dia.


Ainda há que ressaltar o brilhante fato de que Paulo viajou de Trôade (Ásia) para Macedônia (Europa), por ordem divina
(Atos 16:9). Foi diretamente para a cidade de Filipos, uma colônia romana (Atos 16: 12, 21). Ali, em um dia de Sábado, pregou para um grupo de mulheres, e entre elas está Lídia, uma comerciante de púrpura imigrante da Ásia, mulher pagã, que aceitou os ensinos de Paulo, e se converteu com toda sua casa (Atos 16: 14-15). Tornou-se, assim, a primeira cristã na Europa, fruto do trabalho missionário de Paulo. Ela o ajudou a estabelecer a igreja de Filipos, e o Sábado permaneceu sendo guardado como antes (Atos 16: 13). Começou portanto o cristianismo no Continente Europeu, no Sábado.


  • ATENÇÃO – Leia com carinho o contexto comprobatório:

Filipenses 1:1 –

“Paulo e Timóteo, servos de Jesus Cristo, a todos os santos em Cristo Jesus, que estão em Filipos, com os bispos e diáconos.”

Percebeu? Paulo está aqui se referindo a uma Igreja Cristã (seus membros) e não a Sinagoga. Esta é a IGREJA que Paulo fundou em sua segunda viagem missionária no Sábado. E Lídia e seus parentes foram seus primeiros membros. E o Sábado ficou como sempre: O Dia do Senhor. Por que Paulo não falou: Domingo!

  • TESSALÔNICA – BERÉIA

Atos 17: 2

“E Paulo, como tinha por costume, foi ter com eles e por três Sábados disputou com eles sobre as Escrituras.”


Veja como é claríssimo e insofismável. O costume de Paulo era ir à igreja aos Sábados. Quem duvida!? Valho-me da expressão de Lucas – “disputou” – , para dizer-lhe que: se Paulo disputou sobre as Escrituras, como é que nunca disputou a respeito do Sábado? Lógico que não faria, pois o Sábado é o Dia do Senhor, confirmado por todos, judeus, prosélitos e gentios. Por isso nunca disputaram sobre este santo dia.


Atos 17: 17

“De sorte que disputava na Sinagoga com os judeus e religiosos, e todos os dias na praça com os que se apresentavam.”

O texto é esclarecedor. Todos os dias! Paulo pregou o evangelho durante anos e anos, e nada disse da mudança do dia de repouso do Sábado para o domingo. Por que não fêz? Leia o que Paulo disse:
I Tessalonicenses 1: 1-9

“Paulo, Silvano e Timóteo à IGREJA dos tessalonicenses… como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro.”

Vê! Uma igreja só de gentios convertidos do paganismo. Paulo nada lhes falou sobre o domingo no lugar do Sábado.

  • OLHA ESTE DETALHE

Paulo confirmava as igrejas (Atos 15: 41).
Paulo ensinava nas igrejas
(I Cor. 4: 17; 7: 17).
Paulo pregava em todas as igrejas
(II Cor. 8: 18-19).
Percebe? Paulo não pregava só na Sinagoga.

  • CORINTO

Nesta cidade foi que Paulo deferenciou e exaltou o Dia do Senhor, o santo Sábado. O apóstolo partiu de Atenas para Corinto, e ali encontrou um casal missionário – Áquila e Priscila, que eram construtores de tendas, e Paulo a eles se associou, veja:
Atos 18: 3-4

“E, como era do mesmo ofício, ficou com eles, e trabalhava; pois tinham por ofício fazer tendas. E todos os dias disputava na Sinagoga, e convencia JUDEUS e GREGOS.”


Percebeu? Judeus e gregos (gentios), todos ouviam maravilhados as grandezas de Deus e se convertiam ao Senhor Jesus. Anote agora, Atos 18: 11:

“E ficou (Paulo) alí um ano e seis meses, estudando entre eles a Palavra de Deus.”

Por favor, irmão, preste atenção: Já me disseram que Paulo trabalhava dia e noite para não ser pesado a ninguém. Já ouviu isso? Pois bem, não questiono que ele, como qualquer ser humano, trabalhava, mas… somente de domingo a sexta-feira, pois acabamos de ler que aos Sábados, ele, Áquila e Priscila fechavam a oficina e iam para a igreja, pois Paulo era o pastor, e isso de manhã, porque à tarde saíam para o trabalho missionário, com a oficina fechada (Atos 16: 13). Tal ensino durou, naquela cidade, um ano e seis meses.


Sabe você quantos Sábados há em um ano e seis meses? Isto mesmo: 78 Sábados, nos quais Paulo foi a igreja, trabalhando nos dias precedentes. Não foi tempo suficiente para que doutrinasse os coríntios quanto a observância do domingo em lugar do Sábado? Por que não o fez?


Medite nisto: Por visão celestial, Paulo pregou nesta cidade
(Atos 18: 9-10). Por visão celestial, converteu-se, no caminho de Damasco (Atos 9). Não poderia o Senhor lhe dar uma visão celestial a respeito do domingo? Mas, não deu!


  • ATENÇÃO – Anote estes textos:

I Coríntios 1: 2 –

“A Igreja de Deus, que está em Corinto…”

II Coríntios 1: 1

“Paulo, apóstolo de Jesus Cristo… à igreja de Deus que está em Corinto…”

Não há dúvidas, para um sincero leitor, compreender que estes 78 Sábados, Paulo os guardou não na Sinagoga, mas na igreja junto aos irmãos. Em realidade tanto na Sinagoga (judeus) quanto na igreja (gentios, prosélitos gregos e judeus convertidos), todos guardavam o Sábado. Mas ressalte-se a grande verdade: Paulo nunca falou nada a respeito do domingo tomando o lugar do Sábado.

  • TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA – ÉFESO

Paulo embarcou para Éfeso e deixou os coríntios guardando o Sábado, que tanto amavam, exatamente como diz a Bíblia. Nesta cidade Paulo também positivou a prerrogativa de ser o Sábado o Dia do Senhor, tanto na Sinagoga, quanto na Igreja Cristã.

Veja: Atos 19: 8,10

“E, entrando na Sinagoga, falou ousadamente por espaço de três meses, disputando e persuadindo-os acerca do Reino de Deus… E durou isto por espaço de dois anos, de tal maneira que todos os que habitavam na ÁSIA ouviram a Palavra do Senhor Jesus, assim JUDEUS como GREGOS.”


Sabe, 2 anos e 3 meses são 116 Sábados guardados por Paulo. É tempo suficiente para doutrinar, de maneira que ficasse patente, sem sombra de dúvidas. Porém, que silêncio tumular! Nada de domingo. Toda a Ásia ouvira do apóstolo que trabalhava durante a semana fazendo tendas e, aos Sábados, ia à igreja pregar o evangelho e estar com os irmãos. Era o dia mais festivo e feliz, pois se reuniam, vindo de todas as partes, ao encontro de Deus, em Sua casa.


Convenhamos, o Sábado circundava a vida de Paulo. Seu viver foi uma demonstração inequívoca de que o Dia do Senhor para ele era o Sábado. Como ele gostava de ir à igreja neste dia!


  • ATENÇÃO – Analise com ternura este detalhe:

Apocalipse 2: 1-3

“Escreve ao anjo da IGREJA que está em Éfeso (Ásia)… Trabalhaste pelo Meu Nome…”

Jesus está dizendo igreja e não Sinagoga. E o detalhe é o seguinte: É na Igreja Cristã ou na Sinagoga que se “trabalha” pelo Nome de Cristo?
Portanto, os 116 Sábados guardados por Paulo na Ásia resultou num grande avanço para o cristianismo. Confirme em I Coríntios 16:19


PERCEBEU? – Uma igreja só de gentios? – Sim! Asiáticos, europeus, cidadãos livres do Império Romano e escravos, todos guardavam o Sábado!
GRAVE ESTE DETALHE – Éfeso era uma cidade no coração da Ásia.


  • RATIFICANDO

Está claro que o apóstolo Paulo não mencionou ser o domingo o dia de guarda, nas igrejas de Chipre, Antioquia, Salamina, Perge, Derbe, Icônio, Listra, Macedônia, Trôade, Filipos, Tessalônica, Corinto, Éfeso e Galácia, por ocasião de suas viagens missionárias. Ao contrário, porém, focalizou o Sábado como dia sagrado de reunião semanal dos cristãos, da qual ele mesmo participava, deixando isso bem claro e específico, durante 1 ano e 6 meses (78 Sábados) em Corinto. E em Éfeso, durante 2 anos e 3 meses, guardou 116 Sábados. Nesta cidade, Paulo também testemunhou para o mundo cristão seu costume de observar o Sábado.


Se Paulo, nestas duas cidades, guardou 194 Sábados seguidos, e, em nenhum deles ensinou que fora abolido, é porque não foi mesmo. Consequentemente, devemos admitir que Paulo era a favor e observava o Sábado, nunca foi contra ele, como muitos sinceros cristãos hoje pensam, e a igreja Romana determina.
Agora finalizaremos, acompanhando o apóstolo pelas cidades de Tiro, Cesaréia e finalmente Roma, e o irmão irá ver que nada dirá com respeito a santidade do domingo, o primeiro dia da semana.


Antes, analise comigo um episódio de real significado para aqueles que de fato desejam examinar as Escrituras e viver segundo seus ensinamentos. Foi após o regresso dos apóstolos Paulo e Barnabé da primeira viagem missionária a Antioquia da Síria, no ano 49 d.C. Criou-se um grande problema em consequência de os novos conversos ao cristianismo serem obrigados a circuncidar-se, satisfazendo assim os caprichos dos judaizantes, que diziam ser este ritual (já abolido por Cristo) essencial a salvação. O conflito foi tão grande, que se determinou enviar tais apóstolos a Jerusalém a fim de consultar a Igreja Mãe, a respeito. Confirme lendo Atos 15: 1-2.

Agora, leia: Atos 15: 6

“Congregaram-se pois os apóstolos e os anciãos para considerar este assunto.”

QUAL ASSUNTO? – Aquele pertinente a Lei Cerimonial que estava incomodando os crentes de Antioquia. Observe: O Sábado era ponto em comum entre eles. Não havia nenhuma divergência a respeito dele como dia de guarda.


Portanto, reuniu-se em assembléia geral a Comissão da igreja, encabeçada pelos apóstolos que Cristo estabeleceu. E a decisão foi, Atos 15: 28-29:

“Na verdade pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação; das quais coisas fazeis bem em vos guardardes. Bem vos vá.”

Observe que depois de uma demorada reunião a respeito de assunto tão sério e necessário a igreja, a decisão não enfocou nada que falasse a respeito do domingo como o dia que tomou o lugar do Sábado. Pela lógica do raciocínio correto e do bom senso, conclui-se que, se este ponto não foi focado, é porque não merecia ao menos consideração. Entrementes, uma coisa é certa: O Sábado era o dia de guarda, para todos, apóstolos, judeus e conversos gentios. Isso é incontestável, ouça o que diz o contexto: Atos 15: 21 –

“Porque Moisés, desde os tempos antigos, tem em cada cidade quem o pregue, e cada Sábado é lido nas Sinagogas.”


Portanto, não apenas em Jerusalém, a sede do cristianismo, mas em todas as cidades da Ásia por onde Paulo passou pregando o evangelho, todos observavam o Sábado, conforme o relato da Bíblia. O mais contundente é que foi o próprio apóstolo Paulo o portador destas novas para aqueles dissidentes. Tudo voltou à calma, o cristianismo venceu e o Sábado continuou santo e separado como sempre. Glória a Deus!


  • GRAVE ISTO:

Há duas impressionantes controvérsias no Novo Testamento, entre a Igreja Cristã e o judaismo. Qual seja, Cristo no cristianismo e a circuncisão no judaismo. Entrementes, não há e nunca houve nenhuma polêmica entre estes dois grupos religiosos no Novo Testamento, no tocante ao Sábado.
– Por quê?
Imagine, se a Igreja Cristã guardasse o domingo e o judaismo o Sábado, não seria tremenda incoerência?! Mas nada há a este respeito no Novo Testamento, porque, como estamos vendo comprovado pela Bíblia, o dia de repouso bíblico, tanto de judeus quanto de cristãos, é o mesmo: o Sábado.
Caminhemos com Paulo, meu irmão!
Atos 20: 20-21

“Como nada que útil seja, deixei de vos anunciar, e ensinar públicamente e pelas casas, testificando, tanto aos judeus, como aos gregos, a conversão a Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo.”

Paulo aqui usa de uma clarividência meridiana, e da sinceridade de um santo. Foi explícito: “Nada deixei de vos anunciar.” Portanto, se disse TUDO que era útil e necessário e nada mencionou sobre o domingo, e se no Novo Testamento nada há que o abone; se Paulo o omitiu em todas as suas viagens, pregações, epístolas, igrejas, Sinagogas, trabalhos missionários pessoais e públicos, é porque para ele era caso encerrado. Do mesmo modo nas igrejas que estabeleceu, o Sábado permaneceu como o Dia do Senhor. Não há como negar!


Leia mais: Atos 20: 27

“Porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus.”

Novamente usa Paulo a expressão global e abrangente: “TODO”. Ora, se ensinou tudo mais uma vez, e nada mencionou a respeito do domingo como sendo o dia de guarda, temos de admitir que o domingo não é bíblico e deve ser considerado então de origem puramente humana – uma tradição de homens! Por outro lado, tudo que Paulo ensinou, conforme temos estudado juntos, o fez sempre aos Sábados, porque este era o dia consagrado ao culto dos fiéis. Era também, em seu tempo, o Dia do Senhor. Continua o apóstolo Paulo:
Atos 20: 31

“Portanto, vigiai, lembrando-vos de que durante três anos não cessei, noite e dia, de admoestar com lágrimas a cada um de vós.”

Meus amados, se Paulo teve tanto tempo entre os irmãos, doutrinando-os até as lágrimas, seria cruel deixá-los enganados quanto ao dia santificado por Deus. Por que ele nunca disse que o domingo substituiu o Sábado? Não podia fazê-lo, pois ele mesmo observava o Sábado e, dessa forma, não poderia contradizer-se. Ele afirmou:
II Coríntios 11: 28

“Além das coisas exteriores, me oprimem cada dia o cuidado de todas as igrejas.”

  • TIRO

Atos 21: 4

“E, achando discípulos, ficamos ali sete dias; os quais pelo Espírito diziam a Paulo que não subisse a Jerusalém.”

Bem, Paulo partiu da cidade de Tiro, porém, os discípulos permaneceram guardando o Sábado a cada final de semana, reunindo-se neste santo dia em suas igrejas.

  • CESARÉIA

Atos 21: 8, 10

“E no dia seguinte, partindo dali Paulo, e nós que com ele estávamos, chegamos a Cesaréia e, entrando em casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete, ficamos com ele… e, demorando-nos ali por muitos dias…”

Novamente teve Paulo amplas oportunidades e tempo bastante para pronunciar a mudança do dia de repouso, mas não o fez. Inda mais em se tratando que seu hospedeiro era evangelista e um dos sete diáconos estabelecidos pelo Espírito Santo para a Igreja Cristã. Era portanto indispensável que este servo de Deus recebesse as instruções, caso tivesse ocorrido a mudança do dia de repouso.


Mas, o que houve? Silêncio total sobre o primeiro dia da semana. Continuou sendo um dia comum de trabalho e negócios seculares. Um dia que nem ao menos recebeu nome por parte do Criador, apenas é mencionado na Bíblia como primeiro dia. Fato que não ocorre com o Sábado; além do Senhor designá-lo como o sétimo dia, realça-o e define-o como o santo Sábado, para que ninguém se engane. Êxodo 20:8-11.

  • ROMA

Atos 28: 30

“E Paulo ficou dois anos inteiros na sua própria habitação que alugara, e recebia todos que vinham vê-lo.”


Roma é o ponto final da grande jornada do apóstolo Paulo. Até aqui nada falou que sancionasse ou abonasse o domingo como sendo o dia de guarda em lugar do Sábado. Quem aceitar o domingo como dia santificado o faz por imposição humana, não tem a chancela nem a aprovação do apóstolo dos gentios. E na Carta aos Romanos, destacamos estas gemas preciosas para patentear sua aprovação ipsis litteris à santa Lei de Deus que tem como um dos mandamentos o Sábado, que Paulo reverenciou em toda sua vida cristã.


Romanos 7: 12

“E assim a lei é santa, e o mandamento é santo, justo e bom.”

Romanos 7: 22

“Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na Lei de Deus.”

Eis aqui o segredo do amor de Paulo pelo Sábado. Ele tinha prazer em guardá-lo. Belo prazer do apóstolo, observar a lei da qual o quarto mandamento é o Sábado.


Por fim, prezado irmão, como você crê em Paulo e sabe ser ele o maior missionário depois de Jesus, bem como um servo fiel, ouça o seu conselho, como que enfeixando sua maratona sabática. Leiamos juntos, I Cor. 4:16; Fil. 3:17:

“Admoesto-vos portanto, a que sejais meus imitadores; … sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tende em nós…”

Pois bem, Paulo foi claro. Pede para você e eu imitá-lo. Você sabe o que é imitar? Isso mesmo, seguir o exemplo de alguém em seu costume. Costume? – Sim! Costume. Ora, e qual era o costume de Paulo? – Ir à igreja aos Sábados, eis a confirmação, Atos 17:2:

“E Paulo, como tinha por costume, foi ter com eles; e por três Sábados arrazoou com eles sobre as Escrituras.”

Aliás, este era o mesmo costume de Jesus (Luc. 4:16). Costume que nós adventistas seguimos no Século XXI. E é o costume da Igreja Batista de Jerusalém, em Israel – a Terra Santa (leia na página 137 esta preciosa verdade).


Prezado irmão, para tornar-se cidadão do Céu, o primeiro passo você já deu: Ir à Cristo. Os demais são seguir Suas pisadas, em obediência irrestrita à Sua Palavra. Eu oro para que você faça isso.


Creio que, deveras, você é um cristão sincero e obediente, assim que, se não há mandamento certo, específico, claro, insofismável, quanto à transferência do Sábado para o domingo, mas apenas suposição humana, é melhor ficar então com o que é claro e abonado por Paulo e o próprio Lucas que, sendo GENTIO de nascença, não se omitiu de escrever que os Atos dos Apostolos foram, dentro do contexto cristão e do puro evangelho de Jesus, ensinar que o Sábado era, é e será eternamente o Dia do Senhor, e isso provou Paulo, observando-o em todas as suas viagens, nas Sinagogas dos judeus e em todas as IGREJAS que estabeleceu entre os gentios.


  • ATENÇÃO

O Sábado foi guardado por todos os cristãos, desde Paulo até meados do século IV. A partir daí os judeus continuaram a guardá-lo nas Sinagogas, mas… a Igreja Cristã, que pena, adentrou um caminho estranho e triste. (Leia o capítulo DOMINGO BÍBLICO OU PAGÃO neste livro). Porém, a Igreja Batista Tradicional em Jerusalém, também guarda o Sábado.


Deixo-lhe a última mensagem paulina:
Romanos 15:18

“Porque não ousarei discorrer sobre coisa alguma, senão daquelas que Cristo fez por meu intermédio, para conduzir os GENTIOS à obediência, por palavras e por obras.”

  • SINAGOGA

“Antes do cativeiro, as práticas religiosas eram celebradas no Templo em Jerusalém. Enquanto durou o cativeiro em Babilônia, era impossível assistir ao culto no Templo em Jerusalém, e por isso foram-se erguendo Sinagogas em diversas partes, dentro e fora da Judéia. Na Sinagoga não se ofereciam sacrifícios; liam-se as Escrituras e fazia-se oração. No Velho Testamento não se encontram referências a estes lugares de adoração. Desde o primeiro século da Era Cristã que há notícias da existência da Sinagoga nos lugares onde havia judeus. A Sinagoga era o lugar de reunião para orações e leitura dos primeiros cinco livros da Bíblia, chamados a Lei. Nesse lugar o povo adorava durante o ano. O único Templo grande estava em Jerusalém, mas Sinagogas eram encontradas em toda a Palestina.


Onde dez ou mais famílias moravam, frequentemente, havia uma Sinagoga. Ficava no ponto mais alto da cidade ou vila. O edifício era mais comprido do que largo. Do lado de fora havia uma escadaria que levava ao eirado. Dentro da Sinagoga quase sempre havia um armário; ficava encostado à parede que se voltava em direção de Jerusalém. Este armário ou cômodo era a Arca onde os Rolos Sagrados eram guardados. Estes eram a Lei, os Profetas e os Escritos. Uma fina cortina era pendurada ante a Arca.


“No meio da Sinagoga erguia-se uma plataforma onde eram colocados os púlpitos de leitura. Rente da plataforma e em frente da sala havia bancos chamados assentos dos anciãos. Ali, as pessoas importantes sentavam-se durante o culto. Ao redor da sala havia uma galeria gradeada para as mulheres e crianças. A Sinagoga durante a semana, era Escola, bem como lugar de reunião aos Sábados. Quando um menino completava seis anos de idade entrava para a Escola da Sinagoga e assistia até aos treze anos. Ali aprendia a ler a Lei e a recitar longos trechos dela de memória. Também aprendia a escrever partes dos primeiros cinco livros da Bíblia em hebraico, a língua na qual estes eram escritos. O aramaico e não o hebraico, era a língua falada diariamente pelo povo. As meninas aprendiam em casa com suas mães.


“Os materiais escritos eram raros e preciosos. Alguns alunos escreviam em pedaços de barro endurecidos, outros anotavam suas lições com certo objeto ponteagudo sobre cacos de jarro quebrado que eles encontravam na rua ou traziam de casa. Poucos alunos possuiam tabuinhas cobertas de fina camada de cêra e um estilete ou vareta de aço, com o qual escreviam nelas. A tabuinha servia para muitas vezes, porque após o término da lição escrita podia ser apagada. Zacarias escreveu numa tabuinha o nome de seu filho: João
(Lucas: 1: 63).” – Pr. Braulino J.Vieira, teólogo Batista.


Bem, a Sinagoga nada mais era que uma igreja, não acha?
lembrando:
Há escritores evangélicos que, para tentar provar a santidade do domingo, dizem que os “pais da igreja” (patrística) observaram-no nos primeiros séculos.

Perdão, quero contestar! Só se foram os “padrastos”, porque os pais da igreja (apóstolos), bem como Seu fundador (Jesus Cristo), observaram o Sábado.

Texto: Lourenço Gonzales